ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
ADUNIFAL - NOTA À COMUNIDADE
Alfenas, 19 de julho de 2012
Em assembleia realizada neste dia 19 de julho, os docentes da Unifal-MG decidiram rejeitar a proposta apresentada na última sexta-feira, dia 13 de julho, e manter a greve da instituição que já ultrapassa dois meses. Em razão deste ato, os docentes apresentam esta nota como uma justificativa à sociedade, a quem, de fato, o funcionalismo público deve satisfações.
Em primeiro lugar, respondendo à propaganda do governo que fala em 45% de aumento salarial, é importante frisar que este percentual representa um reajuste de perdas salariais de 7 anos (2008-2015) e contempla apenas 1% do quadro docente da Unifal (isso mesmo, apenas 4 professores), uma vez que trata apenas do último nível da carreira, ao qual pouquíssimos ascendem.
À esmagadora maioria dos professores, o governo federal apresenta uma proposta de REDUÇÃO SALARIAL. Apresentamos um quadro elaborado pelo professor de matemática Wagner F. Santos, da UFS, do reajuste percentual real, ao fim de 2015 (ano da última parcela do reajuste prometido), mantendo-se a inflação nestes termos.
Nível 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Mestre -11,9 -11,8 -7,6 -8,8 -7,3 -8,3 -8,5 -9,1
Doutor -0,4 -1,0 +1,0 -9,2 -5,3 -2,3 -1,2 +5,9
APESAR DISSO, a proposta foi rejeitada principalmente por outras questões: o governo propõe novas regras para a progressão da carreira, mas não as apresenta, nos exigindo a assinatura de um cheque em branco para que ele preencha como queira nos próximos 6 meses; propõe que todos os docentes, tendo 4 ou 12 anos de estudos, comecem na base da carreira, submetendo um doutor à mesma remuneração de um graduado, tornando ainda mais difícil conseguir profissionais qualificados interessados em vir para a instituição (hoje mesmo, a Unifal possui vagas abertas paras as quais não houve candidato aprovado, as projeções para o curso de medicina são piores); o governo se recusa a cumprir a Constituição Federal, e cumprir a data base dos trabalhadores das ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS ADUNIFAL universidades, ou seja, o direito de TODO trabalhador em ter, anualmente, reposição de perdas em razão da inflação; propõe, ainda, que a carga horária em sala de aula seja aumentada, o que impactará de imediato para sociedade, na diminuição de servições extensionistas, como os atendimentos clínicos e intervenções nas escolas.
Apresentamos as razões que levam à MANUTENÇÃO DA GREVE, como última
forma de tentar obrigar o governo que elegemos a uma negociação, de fato, com o serviço público, e compartilhar a generosidade que vem demonstrando com as instituições particulares.
Afirmamos nosso desejo de que a greve e todos os prejuízos que causa tenha seu desfecho mais breve, mas, acima de tudo, que a expansão da educação superior seja levada adiante sem sucateamentos ou estrangulamentos de qualquer setor, sendo encarada como uma necessidade da sociedade e um dever do Estado e não apenas um interesse políticopartidário.
Docentes da UNIFAL-MG
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