terça-feira, 25 de maio de 2010

Ser político e participar de um partido político: caminhos conscientes a favor da Educação.

*Ana Cristina Gonçalves de Abreu SouzaProfessora e Pesquisadora
PPS - Jacareí SP




Enquanto humanos somos constituídos por diferentes dimensões: física, emocional, social e cognitiva; mas há uma característica que perpassa por todas as dimensões a política.


Somos essencialmente políticos, quando digo políticos não quero que o leitor compreenda apenas o político- partidário, podemos e somos políticos mesmo sem ter partido, na realidade independente de partido fazemos política.


Recorro à explicação da palavra “política” que o Dicionário Aurélio nos reporta e cito neste texto para melhor análise do leitor:


“ (...) conjunto dos fenômenos e das práticas relativos ao Estado ou a uma sociedade; arte e ciência de bem governar, de cuidar dos negócios públicos; qualquer modalidade de exercício da política; habilidade no trato das relações humanas; modo acertado de conduzir uma negociação; estratégia.”


Considerando a explicação do dicionário, independente do partido político, exercemos a política, porém somos seres sociais e juntamos a grupos para comungarmos idéias e aspirações e assim nos tornamos mais fortes para realizar e transformar.


Hoje por várias necessidades percebo a importância de fortalecer-me com um grupo partidário, para concretizar ações a favor da qualidade da Educação Pública local, regional e nacional.


Em minha trajetória de mais de duas décadas na Educação, diferentes tipos de ações políticas realizei, exerci meu direito e dever político, ações gestadas inicialmente em minha casa com meus pais, “Getulio e Marlene”, com intensos e fervorosos debates e que depois ampliaram espaços em contextos de comunidade e trabalho.


Meu percurso pessoal e profissional foi pautado em ações coletivas, posso afirmar que as experiências que edifiquei foram conquistadas com o apoio e a contribuição da coletividade; o que em muito fortaleceu a qualidade dos processos e dos resultados que concretizei.


Num rápido olhar sobre a minha caminhada, de aluna da Pedagogia, a professora de escolas publicas: municipal, estadual, federal, como gestora de redes públicas e privadas, e pesquisadora, passando por dois mestrados e neste ano finalizando o doutorado; em todas as situações meus avanços se deram de maneira conjunta a avanços e progressos de outros tantos educadores, nobres, que por mim passaram e que deixaram marcas impressas.


Reconheço a importância do outro, que realizou “politicamente” e assumiu comigo inúmeros embates, enfrentamentos, conquistas, lutas e dignidade, o que resultou em responsabilidades, a medida que realizamos trabalhos, a esfera pública nos convida e exige que façamos a nossa parte, que assuma perante a comunidade o nosso papel político partidário.


Dia 21 de abril, me filei a um partido, o PPS de Jacareí SP, e esta atitude fez com que muitos amigos me perguntassem: Por que e pra que se filiar a um partido político? Assim, brevemente aponto alguns motivos que me levaram a assumir uma luta partidária a favor da Educação, são eles:


  • Fortalecimento da Interlocução nas ações públicas com foco na emancipação da Educação – poucos líderes de fato compreendem com profundidade a Educação.
  • Insatisfação referente aos projetos educacionais públicos – ações sem pertinência frente ás reais necessidades em que estamos vivendo.
  • Consciência da importância de assumir ações que transformem e emancipem o ser humano – por ter consciência tenho que me responsabilizar e secretariar o povo.
  • Indignação com os gestores que estão à frente dos projetos públicos – decepção frente aos gestores que sempre olham a Educação apenas por cifras e não percebem o seu real “valor” frente à transformação de uma sociedade.
  • Necessidade de assumir frente a minha comunidade um posicionamento a favor da Educação Publica de Qualidade – sou cobrada por meus pares, e assim preciso representá-los, meus pares cito os educadores de escolas públicas e privadas deste país.
  • Fortalecimento do trabalho coletivo, juntar idéias e ações a favor de uma comunhão política – trabalho com formação, o que me seduz a possibilidade de conscientizar grupos em nossa sociedade, e assim contribuir para a construção crítica das pessoas.
  • Crença no ser humano e na transformação social – este foi o motivo que mais me incentivou a assumir-me partidariamente, creio no ser humano e na sua capacidade de transformar e melhorar seu ser, seu espaço e conseqüentemente seu e “nosso” planeta.
  • Finalizando, num grupo de trabalho sinto-me mais fortalecida para os enfrentamentos a favor da Educação de nosso país !!!!


Vamos, agora junto com o PPS realizar ações por uma Educação Pública de Qualidade!!









sábado, 22 de maio de 2010

MEC e especialistas rejeitam matrícula no ensino fundamental aos 5 anos.

20/05/2010 18:12 - Portal Brasil



O Ministério da Educação (MEC) e representantes de entidades dos direitos da infância defenderam nesta quinta-feira (20) a rejeição de um projeto de lei do Senado que quer tornar obrigatória a matrícula no ensino fundamental a partir dos 5 anos de idade, em vez dos 6 anos, como ocorre hoje.


Em 2006, uma mudança na lei ampliou para nove anos a duração do ensino fundamental. A partir dessa legislação, o acesso das crianças ao ensino fundamental deve começar aos 6 anos – antes era obrigatório a partir dos 7.


O diretor de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica do MEC, Carlos Artexes, defendeu que a aprovação da mudança trará “um dano irreparável” para as crianças e “uma desestruturação do sistema”. Pela legislação atual, alunos de 4 e 5 anos devem ser matriculados na pré-escola e de até 3 anos, em creches, ambas etapas da educação infantil.


“O MEC não encontrou nenhum argumento pedagógico para incluir crianças de 5 anos no ensino fundamental. Não há nenhuma vantagem educacional em incluir essas crianças”, afirmou Artexes, em audiência pública sobre o assunto, promovida pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara.


Gizela Souza, representante do Movimento de Fóruns da Educação Infantil, disse que os especialistas e entidades da área são “veementemente contrários ao projeto”. Ela defende que a criança de 5 anos deve ser matriculada na educação infantil, etapa que foi pedagogicamente planejada para receber meninos e meninas dessa faixa etária.


Projetos de lei


O projeto de lei que quer mudar a idade é de autoria do senador Flávio Arns (PSDB-PR), que não compareceu à audiência. A justificativa para incluir crianças de 5 anos no ensino fundamental, segundo texto divulgado pelo gabinete do senador, é de que a lei que estabeleceu o ensino fundamental de 9 anos não é clara quanto à idade corte para a matrícula da criança.

Em alguns estados e municípios, crianças de 5 anos que completam 6 durante o 1° ano estão sendo matriculadas no ensino fundamental. O Conselho Nacional de Educação (CNE) já emitiu uma resolução que determina que a matrícula deve ocorrer apenas para crianças que completam 6 anos até 31 de março do ano letivo.


Fonte: MEC - Agência Brasil

domingo, 9 de maio de 2010

1ª Semana da Pedagogia - 2010 UNIFAL

http://www.unifal-mg.edu.br/

A teoria e a prática na construção da identidade do pedagogo é uma temática que ocupa um espaço significativo nas discussões, pesquisas e aprofundamentos que ocorrem no espaço acadêmico. Novos conhecimentos sobre essa área são produzidos e superados constantemente, provocando a necessidade de abordar tais produções na formação inicial do pedagogo.



O curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL-MG - foi instituído em 2006, juntamente com outras licienciaturas, como parte do atual processo de expansão da instituição e visa atender a uma necessidade emergente da região.


Com a intenção de pensar a formação do pedagogo a partir de uma perspectiva não fragmentada, sentimos a necessidade de criar um espaço para discussão e aprofundamento sobre a formação do pedagogo. A I Semana da Pedagogia, dirigida aos acadêmicos do curso e aos professores da Educação Básica do município e região, é o primeiro passo para a instituição desse espaço.


A Semana, cujo tema é “A teoria e a prática na construção da identidade do pedagogo”, tem como objetivo congregar pesquisadores educacionais para o desenvolvimento de atividades que propiciem discussões a partir de pesquisas e práticas concernentes à formação e atuação do pedagogo no contexto educacional brasileiro.

Coloquio Internacional Paulo Freire. PARTICIPEM!!

http://www.paulofreire.org.br/coloquio/coloquio.php


O Colóquio



O Centro Paulo Freire–Estudos e Pesquisas é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com finalidade educativa e cultural que se propõe a perenizar a memória de Paulo Freire, recriando as suas idéias.O Centro foi fundado em 29 de Maio de 1998, tendo sido seu estatuto oficializado em novembro desse mesmo ano.






O Centro funciona provisoriamente no Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco. Vale enfatizar ter o Conselho Administrativo desta Universidade cedido terreno em seu campus para a construção da sede definitiva do Centro, estando o processo de construção em andamento.






Dentre as diversas ações realizadas pelo Centro, vem ocupando espaço relevante o Colóquio Internacional Paulo Freire, que já segue para sua VII versão.






O Iº Colóquio foi realizado em 1998. Sua avaliação positiva, assim como a das versões que o sucederam são indicadores da contribuição do Centro Paulo Freire à criação da prática de uma ação cultural para a liberdade, que se consubstancie em uma educação dialógica, base de uma democracia plena com maior compreensão entre os povos.






Considerando ser 2010 comemorativo dos 50 anos do Movimento de Cultura Popular do Recife, berço de revolucionárias idéias de Paulo Freire, que foi um dos expoentes desse movimento e ouvindo sugestões de seus associados, o Centro Paulo Freire elegeu como tema do VII Colóquio “Paulo Freire: contribuições para a educação e cultura popular”. Será realizado no campus da UFPE, no período de 16 a 19 de Setembro de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Bibliotecas Públicas: um espaço de formação.

* Ana Cristina Gonçalves de Abreu Souza





Em meio a tantas culturas fúteis que invadem nossa sociedade, atualmente, cresce a necessidade de estabelecermos espaços de leituras, espaços físicos na casa, nos estudos, nos trabalhos e na comunidade.

Infelizmente no Brasil temos dificuldade para estabelecer qualidade na cultura de massa com foco na leitura e na construção política dos brasileiros, mas se organizássemos publicamente as escolas com bibliotecas, já teríamos uma boa frente articulada a favor da formação de nossos alunos, porém não são todas as escolas que têm espaços, ou melhor, que têm biblioteca; quando as escolas têm a biblioteca, em sua maioria, não conseguem aproximar os alunos do nobre exercício de ler e abrir seus pensamentos para tantos mundos diferentes.

Em nosso país, 68% das escolas não têm biblioteca, parece mentira, mais não é, a escola não é estabelecida como um espaço de formação para os leitores, num ambiente escolar, não há biblioteca, e assim como fica a formação do leitor consciente e crítico frente as idéias pobres que estão na mídia e na sociedade em geral?

Conheço escolas que têm bibliotecas, mas que em sua maioria, os alunos e os professores não podem usar; uma agressão a formação dos nossos alunos e alunas. O trâmite para usar a biblioteca é tão complicado que as pessoas acabam por desistir desta possibilidade.

Vejo, nas escolas que transito, livros interessantes guardados na sala do diretor, porque assim não irá estragar; ora que lógica é essa, o livro existe para ser usado pelos alunos e professores e não são usados pela possibilidade de mal uso; só aprendemos a manusear um portador textual manuseando com nossas próprias mãos; estamos distanciando cada vez mais as gerações da beleza de abrir um livro e ampliar o conhecimento de mundo pelo meio da leitura.

Em média o brasileiro lê um livro por ano, o que é um número medíocre comparando com a necessidade humana de ampliar conhecimentos; enquanto no Brasil se lê um livro por ano, na França a média é de 10 livros ao ano, o que revela uma busca pela formação consciente; sabemos que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, como nos lembrava Paulo Freire, porém como não leitores nossa “leitura de mundo fica reduzida” e assim não temos “autorias” no que pensamos ou falamos; portanto, sempre alguém pensará e falará por nós.

Atualmente, no Brasil, temos uma biblioteca pública para cada 33 mil habitantes, o que torna impossível uma população ter acesso a cultura literária de qualidade, se todas as escolas públicas tivessem bibliotecas, e todas as bibliotecas fossem abertas, teríamos uma enorme rede de “formação” para a nossa sociedade.

Neste mês de abril foi aprovado no Congresso Nacional o Projeto de lei que obriga todas as escolas públicas a terem biblioteca, infelizmente, o tempo para a concretização desta ação tem uma tolerância de 10 anos, o que é muito tempo, mas temos que celebrar este passo importante para as escolas e a sociedade.

Finalizo este artigo na alegria de que um dia teremos bibliotecas públicas em “todas as escolas”, parques, asilos .... enfim, onde tem gente, tem que ter livros !!!



* Professora, Pesquisadora e Extensionista da Universidade Federal de Alfenas – M.G. ;
Doutoranda em Educação: Currículo PUC SP; Mestre em Educação PUC SP; Pedagoga.